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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobre as mães e a dor de perder um filho

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Ontem eu saí pra passear com a Clara, como fazemos quase todo final de tarde depois que chego do trabalho. E como em quase todo final de tarde, ela não queria andar de mãos dadas comigo. Ficava tentando se soltar para andar para onde bem quisesse. Com medo de que ela fosse em direção à rua, eu segurei bem forte a sua mão e disse: “Você é criança, não pode largar da mamãe agora, é perigoso”. Ela parece ter entendido o recado e continuamos nós duas, de mãos dadas, caminhando tranquilamente.

E de repente eu me vi pensando, sem querer, nas mães que perderam seus filhos na tragédia de Santa Maria – RS. Perguntei pra mim mesma : “E quando é que um filho deixa de ser criança pra uma mãe?”. Nunca, foi a resposta que me ocorreu. Porque os filhos crescem, ganham sua independência, fazem novos amigos e novas descobertas, mas sua mãe estará sempre aflita, esperando que ele chegue bem em casa.

A mãe tentará adiar ao máximo que o filho solte de suas mãos e, mesmo que defenda que ele tem o direito de crescer e andar com suas próprias pernas, nunca vai deixar de olhar pra ele como uma criança que precisa ser amparada quando chora. E ficará feliz em ser requisitada pelo filho em apuros, não importa se ele tem 1 ou 50 anos. O vínculo é eterno.

Mães são mães. O pai dorme enquanto o filho está na balada com os amigos. A mãe não. Ela não dorme de verdade, até escutar o barulho da chave que abre a porta, mesmo que isso seja às 6h da manhã. E quantas mães amanheceram à espera do barulho na porta no último domingo? Quantas mães foram surpreendidas, não pelo barulho da chave, mas pelo toque cruel do telefone interrompendo o silêncio de madrugada com a pior notícia que elas poderiam receber na vida?

Quem é mãe, em qualquer parte do Brasil, certamente sentiu esta tragédia com um aperto a mais no coração. Eu sempre me impressionei e sofri com situações como esta. Mas antes eu pensava e tinha pena pelas vítimas, que perderam suas vidas cedo demais e que tinham tantos sonhos pra realizar. Hoje, mais do que isso, eu penso na dor dos pais, que certamente sentem como se estivessem enterrando suas próprias vidas junto com o corpo do filho. Eu me sentiria assim.

Me vi chorando sem perceber várias vezes, vendo e ouvindo mães desesperadas procurando informações de suas “crianças” nos hospitais e mais ainda por aquelas que tinham confirmada a pior perda de todas: a perda de um filho. A perda de dois...de todos!

Já imaginou quantas vezes elas vão perguntar para si mesmas por que não impediram os filhos de sair naquela noite? Por que não prestaram mais atenção naquela intuição que parecia prever o que aconteceu? Por semanas, meses, anos elas vão se esquecer do fato de que nós, mães, não temos o controle sobre a vida dos filhos, infelizmente. Na verdade, não temos o controle sobre a vida, de maneira geral. E é esta dura constatação que bate à porta em momentos como este.

Eu posso segurar a mão da minha filha agora, pra evitar que ela corra em direção à rua, mas não poderei evitar eternamente que ela se machuque, que se decepcione, que chore, que nada. Mas nem por isso vou deixar de ampará-la, de tentar poupá-la de algumas decepções, de orientá-la e, principalmente, de rezar por ela.

pronto, deve ser isso que as mães fazem enquanto ficam acordadas esperando a chave do filho abrir a porta de madrugada: elas rezam!

E é isso o que eu sigo fazendo, rezando por mim, pela minha família, pelos meus amigos, pelos pais e mães que perderam seus filhos na tragédia de Santa Maria e para que eu nunca, jamais passe pelo que eles estão passando hoje.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

{Crescendo} 16 meses

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Nem vou falar de novo que estou em débito com o blog, porque isso já tá virando história pra boi dormir, né?
Então, com um pouco de atraso, vou relatar como estamos, Clarinha e eu, agora que ela acaba de completar 1 ano e 4 meses. Como não fiz o post mês passado, resolvi juntar tudo o que eu lembro de mais importante no desenvolvimento dela nestes últimos dois meses. Vamos lá?

A Clara:
- Entende 99% das coisas que a gente fala (é esperta até demais às vezes), mas não ta muito a fim de falar – o que tem deixado a mamãe aqui um pouquinho desapontada e até preocupada (neura de mãe, eu sei).
- Ri na nossa cara quando vamos dar uma bronca nela e, quando vê que a coisa é seria mesmo, vem e dá um abraço bem forte para tentar se livrar da bronca (eu disse que ela tava esperta até demais, lembra?)
- A chantagem emocional vale para outras situações também. Quando está no colo e quer alguma coisa que está perto, dá um beijinho na gente e aponta pro que ela quer como quem diz “eu gosto tanto de você, pode me dar aquilo?”.
- Continua super carinhosa com as outras crianças, adora dar beijos e abraços quando vê uma.
- Pegou gosto pelos cachorros depois que ficou uns dias na casa da Vovó Vera. Agora vê um de longe e já sai gritando “báu” (au au), querendo chegar perto.
- Tem uma memória de dar inveja. Ouvir o nome de alguém uma ou duas vezes já é suficiente pra ela lembrar e apontar pra pessoa tempos depois quando perguntamos. O mesmo vale pros objetos e brinquedos.
- Pega o celular, vira - o com a câmera pro seu lado, dá um sorriso beem forçado e tira foto de si mesma. Depois vira de novo e olha no visor pra ver se a foto saiu (tá bom, nunca sai, pq ela não sabe qual botão tem que apertar - ainda!).
- Ganhou mais dois dentes. Agora são quatro em cima e dois embaixo.
- Aprendeu a dizer “hummm” e balançar a mãozinha na frente do nariz quando faz ou vê alguma “caca”. Também faz isso quando cheira o pé e perguntamos se ela tem chulé..haha
- Adquiriu uma péssima mania de colocar o dedo na garganta e fazer ânsia pra chamar atenção ou pra mostrar que alguma coisa a desagrada.  Em outras vezes, a “tática” é puxar o próprio cabelo, chegando a arrancar alguns pares de fios. Coisa feia mesmo.
- Faz cócegas na gente e morre de rir quando damos risada e nos sacudimos pra espantá-la.
- Perdeu a terceira tachinha do brinco. Agora tem dois pares e apenas uma tachinha que sirva.
- Aprendeu que a tomada dá choque (pelo menos na teoria) e agora faz questão de mostrar pra gente o “barulho” que faz quando isso acontece – o que na concepção dela é parecido com o de um caminhãozinho com a boca.
- Tagarela o dia in-tei-ri-nho, quase sempre gritando, naquela língua que só ela entende.
- Descobriu que é legal dar tchau e agora faz isso o tempo todo, até pro passarinho que passa.
- Continua sendo a atração dos lugares aonde vai, principalmente se tem música e ela pode demonstrar seu talento para a dança. Sim, ela continua dançando ao som de qualquer música e até tá aprendendo novos passos.
- Ganhou da Elisa e da querida Sabrina, lá de “Berlândia”, um presentinho mega fofo e adorou!
- Está mais carinhosa com a gente e com seus brinquedos, adora abraçar e beijar suas bonecas  e bichinhos de pelúcia (pra segundos depois jogá-los no chão, mas tudo bem, já é um avanço).


A mamãe da Clara:
- Voltou das férias mais cansada do que saiu, mas já se adaptou novamente à rotina de trabalho.
- Ganhou três quilos no final de ano e ficou DE CARA quando confirmou suas suspeitas na balança dia desses. Leia-se: ganhou três quilos de barriga, óbvio.
- Jura que queria fazer uma dieta, mas tem preguiça só de pensar.
- Jura que queria fazer academia, mas tem preguiça só de pensar (again).
- Jura que vai fazer umas aulas de direção e perder o medo de dirigir. Afinal, é um absurdo uma mãe ter habilitação, um carro na garagem e ter que depender de táxi, ônibus e/ou carona dos amigos, né?
- Desistiu, por enquanto, de colocar a filha na escolinha. Acha que ela pode esperar até o meio do ano, pelo menos.
- Ainda tem o sonho de fazer as unhas na manicure uma vez por semana.
- Comprou um celular bacaninha, criou uma conta no Instagram e agora tá se segurando pra não ser chata-pra-caramba e lotar a timeline dos amigos com fotos da filhota. Mãe é foda, né?
-
Tá verde de vontade de ir pra praia. No carnaval, quem sabe, Deus ajude!





domingo, 6 de janeiro de 2013

Resumão das férias

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Como eu disse na minha última passagem relâmpago aqui pelo blog, estávamos de férias. Ô coisa boa! Viajamos dia 15 para o casamento de uma prima minha em Franca – SP e de lá fomos para a casa dos meus pais, também no interior de São Paulo, onde passamos o Natal. No último final de semana, foi a vez de curtirmos uma semaninha na casa dos pais do Jr, aqui pertinho de Londrina.

Se tem uma palavra que resume essas primeiras “férias” da Clarinha, essa palavra é: PAPARICAÇÃO! Imagina só como ela foi mimada pelas duas famílias, que moram longe (principalmente a minha) e que não podem curtir sempre que podem a figurinha. Foram três semanas de liberdade total para abrir armários, bagunçar a casa toda, ganhar colo quando bem quis e por aí vai.


Lá na casa dos meus pais, ela sofreu um pouco com o calor (juro que a sensação térmica por lá beira os 40 graus todos os dias), o que fez surgiu uma alergia que deixou os braços e as costas da menininha todo empolados. Para refrescar um pouco, tivemos a santa ajuda de uma piscina que montaram no quintal, dessas de plástico mesmo, mas que nos salvaram das tardes de altas temperaturas. Nem preciso dizer que a Clarinha se esbaldou, né?


E pra manter a tradição de todos os anos, também fomos curtir uma “prainha”, como chamamos as praias de água doce que tem lá pelo interior. Reunimos boa parte da família, umas 15 pessoas entre tios, primos e priminhos, e fomos pra Santa Fé do Sul.


Apesar da multidão, o lugar é uma delícia, areia pra brincar, água morna e limpa e...muito protetor solar! Da última vez que estivemos lá, a Clara tinha apenas 3 meses de idade e já curtiu, imagina dessa vez! Pra encerrar o passeio, uma volta pelo centro da cidade, que promove todo ano um espetáculo de luzes e decoração linda de Natal. Naquele dia estava tendo ainda uma apresentação de moda de viola e lá foi a pequena bailarina dançar no meio da plateia, para diversão da família babona e de todos que passavam.

Na noite de Natal, Clara resolver tirar uma soneca um pouco tarde, por volta das 9 da noite, e já era quase meia noite quando ela acordou, ainda meio enjoadinha. Mas depois de um tempo, se soltou e aproveitou a reunião familiar, indo dormir novamente depois da 1 hora da manhã.

Na sexta, dia 28, pegamos a estrada para passar o Réveillon na companhia da família do maridón.  Acho que já comentei que eles moram em uma espécie de sítio, né? Com direito a galinha (muitas), pato, marreco, boi, cavalo, passarinhos, cachorros e todo tipo de inseto (inseto = a parte que a mamãe aqui não curte). 


Pena que choveu todo dia, deixando o gramado encharcado e impossibilitando nossos passeios pelo campo.
Mas por lá também teve muito paparico e mimo. E como a Clara gosta de ser o centro das atenções! E ela sabe bem quando o é! Faz gracinha, dá risada, dança e rodopia, grita, canta e....faz birra também! E nessas horas tinha sempre alguém pra fazer as vontades dela e deixar a mamãe aqui sem moral nenhuma. É como dizem: Casa de vó, paraíso dos netos. A Clara soube aproveitar isso muito bem.


No dia 31, ela dormiu pouco a tarde e mais uma vez, ficou com sono a noite. Como iria ter festa na cidade (e o maridón era um dos responsáveis pela queima de fogos oficial), adiantamos a ceia, jantamos e fomos ver a virada lá na avenida principal. Clara chegou enjoadinha pra festa, com cara de poucos amigos, só querendo o meu colo. Nem com a Rose, a babá dela que também mora em Sapopema, ela quis ir. Na hora dos fogos de artifício, ela, que não costuma se assustar com nada, chorou e teve que ser levada pela vovó pra dentro da casa de uns amigos nossos.

No fim, nossa pequena grande família iniciou o ano separada: papai cuidando da queima de fogos, mamãe filmando pro papai ver depois e a pequena chorando no colo da vovó, o que me deixou um tanto quanto frustrada. Não teve abraço de Feliz Ano Novo, não teve pensamentos positivos para o próximo ano (na hora, depois teve), não teve nem minha simpatia de pular de alguma coisa no chão com o pé direito assim que a contagem regressiva termina. 

Minutinhos depois eu corri pra socorrer a Clarinha, que depois que veio no meu colo se acalmou e aproveitou um pouquinho da festa, mas nem de longe com a alegria e a animação que lhe são de costume. Enfim, não foi exatamente como eu queria que fosse, mas nem sempre isso é possível, né? O negócio é pensar que temos o “restante” todo do ano pra fazer dele um ano incrível.

Antes da 1 hora da manhã, meus sogros foram embora e levaram a Clara, que já dormia no ombro do pai. Ficamos por lá até umas 3 horas e fomos embora também, pois logo cedo tínhamos compromisso: a mãe do Junior ia tomar posse do seu segundo mandato como prefeita na cidade deles. Curioso é que naquele dia de manhã a Clara não queria desgrudar da vovó. Enquanto ela discursava e participava de toda a cerimônia, a Clara apontava pra vovó e esticava os braços querendo ir no colo dela.Tive que levá-la lá pra fora por um tempo porque ela começou a subir o tom da voz e chamar a atenção de todo mundo.

Nos dias seguintes a farra continuou e, por sorte, dois dias antes de irmos embora a chuva finalmente deu uma trégua e a pequena pode correr livre pelo campo, perseguindo as galinhas, procurando formiga e se divertindo ao ar livre.

Agora estamos aqui, de volta em casa, arrumando um pouco da bagunça e preparando corpo e mente pra voltar à rotina amanhã. Posso falar? Precisaria de umas férias pra descansar das férias. Cuidar da Clara 24 horas por dia, principalmente na casa dos outros, onde muita coisa é proibida e ela quer mexer em todas elas, cansa. Tinha me esquecido como era ser “mãe em tempo integral” por tanto tempo, mas apesar do cansaço, foi uma delícia. Percebo que a pequena está muito mais grudada em mim e até mais dependente da mamãe do que antes, talvez por querer estar perto mesmo. Com certeza foi uma ótima oportunidade pra nos aproximar ainda mais e pra curtir essa fase que, como as outras, passa tão rápido.

Vamos ver como vão ser estes primeiros dias de readaptação da rotina, espero que seja mais difícil pra mim do que pra ela.

Beijos e me perdoem pelo post tããão longo! Ainda ficaram algumas coisas pra trás, mas conto nos próximos textos.


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